KAISER NINGUÉM VII - OS SETE SELOS

Eu sou a lenda na verdade, sou o eterno retrocesso

Sou o anel da eternidade no inferno do universo

Eu sou a luz do torvelinho, e o pecado original

Sou a cruz do seu caminho, no começo do final

Eu sou Baco e a licitude, no Olimpo da cidade

Sou o fraco e a virtude, no garimpo da vontade

Sou a luxúria e a castidade, sou a ira da entranha

Sou a fúria da vaidade e o penhasco da montanha

Eu sou o Ômega do homem e o alfa da mulher

Sou a lua e o lobisomem no Oásis de Gizé

Sou o crepúsculo do dia, eu sou o sol da madrugada

Sou o justo que jazia no sofisma da jornada

Eu sou a onda da cobiça, invejo um mar de vaidade

Sou a gula e a preguiça contra o amor e a liberdade

Sou o refugo da vontade numa mente dividida

Sou o julgo e a liberdade rumo a rua sem saída

Eu sou o mel e a avareza na colméia do zangão

Azazyel e a natureza, na Odisseia da ilusão

Eu sou o céu e a fortaleza das ruínas de babel

Sou o trono e a nobreza na batalha de Israel

Eu sou as sete relíquias do mais raro dos minérios

As ladeiras mais oblíquas do mais caro dos mistérios

Sou a virtude e o pecado na fraqueza dos dormentes

O ataúde mais dourado da riqueza dos doentes

Eu sou a estátua dos sem face no portão do impossível

O primata e o disfarce, véu do ocaso imperecível

Sou o acaso que, no caso, na sua casa te retém

Sou o relógio e o atraso, eu sou o Kaiser Ninguém

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NoOnee
Enviado por NoOnee em 05/07/2017
Reeditado em 05/07/2017
Código do texto: T6046464
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