AFÉLIO

Foi-se de mim em afélio,

Preferiu estar longe e só

Dos meus braços de sol.

Hoje se encontra gelada,

Batendo queixo, tremendo,

Quebrando os dentes de solidão.

Negou-se a ter meu calor,

Meu dom, meu corpo-cobertor.

Do alto celeste ainda consigo ver

O quanto se agita na vã tentativa

De produzir algum teor de boa quentura,

Larga logo de frescura e volta à minha órbita.