Adaga N'alma

Adaga N’alma

Trago ainda cravado no peito, o gume d’ adaga, que na qual apunhalar-me.

Trago no peito... A dor da saudade, dum pretérito longínquo, onde habitara a mocidade.

Trago no peito... Cicatrizes abertas, de feridas, que o tempo não fechara...!

Trago no peito... Reflexos, lampejos, ilusões e lembranças...

Duma viajem sem volta, sem regresso, desprovida de progresso.

Trago no peito... Rumores, prazeres vividos, beijos roubados, amores sem raízes.

Trago no peito... O gume d’ adaga, cravado N’alma, que na qual, apunhalar-me.

Trago no peito... O último suspiro... O último beijo...

... E o adeus, na estação partida.

Adilson Tinoco

AdilsonTinoco
Enviado por AdilsonTinoco em 04/07/2017
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