Adaga N'alma
Adaga N’alma
Trago ainda cravado no peito, o gume d’ adaga, que na qual apunhalar-me.
Trago no peito... A dor da saudade, dum pretérito longínquo, onde habitara a mocidade.
Trago no peito... Cicatrizes abertas, de feridas, que o tempo não fechara...!
Trago no peito... Reflexos, lampejos, ilusões e lembranças...
Duma viajem sem volta, sem regresso, desprovida de progresso.
Trago no peito... Rumores, prazeres vividos, beijos roubados, amores sem raízes.
Trago no peito... O gume d’ adaga, cravado N’alma, que na qual, apunhalar-me.
Trago no peito... O último suspiro... O último beijo...
... E o adeus, na estação partida.
Adilson Tinoco