fogo

digo, não digo, eu digo:

sou seu abrigo

no desolado deserto

de palavras, qual

lingua direi o perdão,

a doçura de um domingo

feliz, a mesa forrada

com toalha bordada, café

e pão e o sol a forrar a

casa de esperança, tuas

mãos eram as mais belas

e tua pele o assoalho de

um rio caudaloso, o vento

verde a passar pelas casas

e pelos bosques nada era

mais real que tua boca

massageando o tempo, a distração

era o tempero e a graça de

tuas formas, fatia onde habitavam

seres que beijavam a terra, mas

que falava o dialeto dos astros, nas dispensas:

cobras que latiam fogo e esperanças

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 03/07/2017
Código do texto: T6044928
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