Um dia ainda vou me sentar na Piazza San Marco
e esquecer quem sou...
vou estar escondido atrás de um macchiato
sentindo a velhice se aproximar de gôndola
pelo universal canal das idades...
Eu vou me tornar uma estátua renascentista
afligida pelo cocô dos pombos e pelos 'selfies' dos turistas
em uma vida pétrea de alegria e vagabundagem
vou ser o poeta mais silencioso que já existiu.
Um dia serei patrimônio cultural de outra humanidade
de uma que tenha sonhos concretos e realizáveis...
serei o grilo falante do Pinóquio
atento a toda estupidez e bobagem.
Na Piazza San Marco imaginarei meu filho já adulto
reinventando o mundo ao lado de sua mulher
(terei netos? Não sei, a Europa ressente-se de parir).
E vou celebrar com minha mulher o tempo que não perdemos,
entre o beijo, o sexo, a vontade e a hora de partir.
Serei de tudo testemunha, na Piazza dos senhores e Doges;
não vou achar que em mim se engendrará uma nova Veneza,
não é preciso, sou apenas transitória imagem
na galeria desta estupenda beleza.
e esquecer quem sou...
vou estar escondido atrás de um macchiato
sentindo a velhice se aproximar de gôndola
pelo universal canal das idades...
Eu vou me tornar uma estátua renascentista
afligida pelo cocô dos pombos e pelos 'selfies' dos turistas
em uma vida pétrea de alegria e vagabundagem
vou ser o poeta mais silencioso que já existiu.
Um dia serei patrimônio cultural de outra humanidade
de uma que tenha sonhos concretos e realizáveis...
serei o grilo falante do Pinóquio
atento a toda estupidez e bobagem.
Na Piazza San Marco imaginarei meu filho já adulto
reinventando o mundo ao lado de sua mulher
(terei netos? Não sei, a Europa ressente-se de parir).
E vou celebrar com minha mulher o tempo que não perdemos,
entre o beijo, o sexo, a vontade e a hora de partir.
Serei de tudo testemunha, na Piazza dos senhores e Doges;
não vou achar que em mim se engendrará uma nova Veneza,
não é preciso, sou apenas transitória imagem
na galeria desta estupenda beleza.