ALEGORIA

Tem coisas que sei de cor,

outras precisam doer por mais tempo.

Escrevendo tinjo de cores novas

o que dificilmente é colorido.

Nos tortura o desaterro onde insistimos florescer.

Se acaso por conta de uma sombra triste quase desisto

e o mundo se revela pesadelo, releio no quadro vivo que invento

as cores vibrantes que guardei e o milagre acontece:

das cinzas dos versos tristes doloridos de alegria

surge nova paleta de cores sobre tal desaterro.

Por graça e obra pressinto cobrir-me de alegoria

e o que por um momento acomete toda gente

por um instante de agonia surge a consciência

de estar em harmonia e posso seguir em frente.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 03/07/2017
Reeditado em 27/05/2021
Código do texto: T6044376
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