SEM ESTRELAS E SEM ESMERALDAS
Estrelas indicam o caminho
Entre nuvens desarticuladas.
Azul é o fundo anil.
Guirlanda colorida diferencia a sua cabeça e a minha.
Mentes exploradas e destruídas
Pelo infalível choque deste tempo,
Tudo sem o menor nexo.
O desprezo não tem nexo,
É piso duro, faz bolhas na sola da alma e fura o coração.
Do que é que você fala?
Se ouço, não entendo,
O que entenderia, não ouço.
De que falamos?
Não se pode fazer o bem, caso outros não estejam de acordo?
Temos todos que ser ruins,
Cascas de feridas?!
Por pouco, nossos passos não seguiram na mesma direção, tão pouco
Que já nem sei a conclusão.
As estrelas, ah as estrelas,
Lindas, talvez fossem consolo,
Mas estão também perdidas.
As esmeraldas das suas e das minhas mãos igualmente sumiram, não as temos mais.
Já não há esperanças.
O verde tingiu-se de cor crepom roxo e vai desbotar,
Virar nada de burro fugidio.
Anelares sem estrelas e sem verde,
Sem brilho, sem colheita.
Tudo infinitamente pequeno
Nesta terra de grandezas.
O seu e o meu sorriso hoje estão engavetados,
Já não há remédio para esse mal.
Não há remédio e não está remediado.
Dalva Molina Mansano.