SEM ESTRELAS E SEM ESMERALDAS

Estrelas indicam o caminho

Entre nuvens desarticuladas.

Azul é o fundo anil.

Guirlanda colorida diferencia a sua cabeça e a minha.

Mentes exploradas e destruídas

Pelo infalível choque deste tempo,

Tudo sem o menor nexo.

O desprezo não tem nexo,

É piso duro, faz bolhas na sola da alma e fura o coração.

Do que é que você fala?

Se ouço, não entendo,

O que entenderia, não ouço.

De que falamos?

Não se pode fazer o bem, caso outros não estejam de acordo?

Temos todos que ser ruins,

Cascas de feridas?!

Por pouco, nossos passos não seguiram na mesma direção, tão pouco

Que já nem sei a conclusão.

As estrelas, ah as estrelas,

Lindas, talvez fossem consolo,

Mas estão também perdidas.

As esmeraldas das suas e das minhas mãos igualmente sumiram, não as temos mais.

Já não há esperanças.

O verde tingiu-se de cor crepom roxo e vai desbotar,

Virar nada de burro fugidio.

Anelares sem estrelas e sem verde,

Sem brilho, sem colheita.

Tudo infinitamente pequeno

Nesta terra de grandezas.

O seu e o meu sorriso hoje estão engavetados,

Já não há remédio para esse mal.

Não há remédio e não está remediado.

Dalva Molina Mansano.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 29/06/2017
Reeditado em 06/07/2017
Código do texto: T6040980
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