KAISER NINGUÉM VI
Eu sou o ator e o engenheiro da tragédia Neandertal
Sou a flor e o jardineiro da comédia bem e mal
Eu sou o amor do feiticeiro e as virtudes dominantes
Sou a dor do carniceiro e a altitude dos errantes
Sou o desvio do padrão, sou um dardo envenenado
Sou o cego e o brasão, no pecado do aliado
Eu sou o dado estatístico, e a ovelha conduzida
Sou alado, eu sou um místico, a loucura traduzida
Eu sou o livro de Enoque, e a paz dos escolhidos
Sou nocivo como um choque, animais e anjos caídos
Eu sou apenas a prudência, e o altivo astuto canto
Os dilemas da inerência, senciência, eu sou portanto
Eu sou Gita e a batalha, o destino dos guerreiros
Eu sou Krishna e a navalha de dois gumes dos primeiros
Sou a matriz da consciência, e a atitude procente
Não sou só benevolência, não sou Deus, nem sou um crente
Eu sou o rei dos renegados pelos homens atuais
Robin Hood dos roubados, capitão do caos no cais
Eu sou a armadura e a espada da justiça
Sou o fim da ditadura, da mentira e da preguiça
Eu sou a cooperação, contra o que não me convém
Sou também a predação e o cúpido do desdém
Eu sou a crueldade no castigo do seu bem
Sou a cura da maldade, eu sou o Kaiser Ninguém
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