Heroismo
Não olho mais para o tempo
não choro mais de saudade
Busco no presente o sentimento
agreste, viril, da verdade.
Escuto o som retumbante do trovão
os tiros inimigos pelas ruas da tristeza
a arte de fazer da destruição
o germinal arrogante da realeza.
Não escrevo mais versos de amor
não sonho com rimas e luzes
apenas sinto que a vida é de pavor
é de lágrimas, sangue e cruzes.
Os vícios estão matando a história
adoencendo as almas e suas virtudes
derramando sangue sem heroismo e glória
clamando por um basta, algo que nos ilude.
Minha poesia seca e destemida
tange a dor que corta o tempo e a ilusão
seca a água pura que dava a vida
destrói a essência inocente que havia num coração.