OS ATOS INSANOS.

Me detenho ao agora,

esse tempo meu,

luzes no meu espaço escuro,

atalho do meu eu,

lampadas demoniacamente

apagadas,

neste lapso de desilusão,

comeram o que há

dos meus dias,

nesta repleta depleção

neandertal,

cortaram-se linhas de

esperanças,

nestas ufólogas expectativas,

cortaram a cebola,

separaram as classes,

arderam minhas percepções,

prepararam o aposento

aos idiotas,

para seu sono na escravidão,

querem reluzir pedras

em ouro,

para saciar

a fome dos desavisados,

e no jogo pífio do poder

geme a carne retalhada,

tudo desertou-se de mim,

não vejo o sorriso das auroras,

nem o leve vento da poesia,

meus rios secaram

em plenas cheias,

enquanto lá fora, ouço

o tudo transformar-se no

nada, como as dunas

se desfazendo nas mãos

do vento.

Divino Ângelo Rola
Enviado por Divino Ângelo Rola em 28/06/2017
Código do texto: T6040218
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