Asa Branca
Asa branca solitária
Que sobrevoa o meu sertão
Seu ninho perdeu se na seca
No pó vermelho do chão
Restou lhe apenas lamentos
Tristeza e solidão...
Assim como você, eu também
Vi se transformar o meu destino
No verde minguando aos poucos
Nas vidas mortas surgindo
Nas veias dilaceradas
Do meu coração se partindo...
O horizonte sem esperança
Abraçado ao sol impiedoso
Traçou os nossos destinos
Tão amargos, penosos
A viver os nossos dias
Vazios e espinhosos...
O teu canto muda o cenário
Fez se o mais triste cantor
Não sei se de saudades
Ou chamadas de amor
Sei apenas que o eu canto
São meus gemidos de dor...