A arte de pensar
É madrugada
Correntes enrolam pensamentos que me pensam e aquecem
Na vã aventura desaventurada do ser que está ali
Uma noite, um pensar, um adormecer e uma escuridão.
É madrugada
Silenciam-se todos os silêncios que outrora eram vozes
Roucas, loucas, estridentes e ardentes dementes em falas
Que buscam insensatamente um motivo do aplaudir, aprovar
Não importa quantas vezes a voz falar, repetir, dizer.
É madrugada
Tormentos de paixão, esperança, amor, ódio e solidão
Trazem remotamente uma estrela que vaga na imensidão
Noite estrelada, céu azul, lua brilhante, luz cintilante.
É madrugada
Para que fingir que passa o que passou e não passa
A mente lentamente desliza o filme secreto de todos nós
Desnudos na mente ardente e permanentes em atos dementes.