A arte de pensar

É madrugada

Correntes enrolam pensamentos que me pensam e aquecem

Na vã aventura desaventurada do ser que está ali

Uma noite, um pensar, um adormecer e uma escuridão.

É madrugada

Silenciam-se todos os silêncios que outrora eram vozes

Roucas, loucas, estridentes e ardentes dementes em falas

Que buscam insensatamente um motivo do aplaudir, aprovar

Não importa quantas vezes a voz falar, repetir, dizer.

É madrugada

Tormentos de paixão, esperança, amor, ódio e solidão

Trazem remotamente uma estrela que vaga na imensidão

Noite estrelada, céu azul, lua brilhante, luz cintilante.

É madrugada

Para que fingir que passa o que passou e não passa

A mente lentamente desliza o filme secreto de todos nós

Desnudos na mente ardente e permanentes em atos dementes.

Isabelle Luz
Enviado por Isabelle Luz em 17/10/2005
Código do texto: T60375