Olhos da primavera
Quisera andar ao lado dela na estação
Pegar o trem para outra primavera
E finalmente, como sempre quis notar
Em seu olhar o meu reflexo.
Tocar descrente, encantado, os seus braços
E lhe apontar da janela as quaresmeiras
O trem chegando devagar na estação
E o seu olhar me conduzindo.
Cultivo em minha testa os olhos dela
Que outros houvesse tão doces no mundo
Não seriam mais fecundos nem tão belos.
Assaz por render esperança e poesia
Da noite para o dia, sol que não tivera
Do frio, a primavera como renascer.