Pequenino Sabiá
Teu canto nas manhãs serenas
Alegrava o meu existir
Quando no alpendre eu sentava
Somente para te ouvir
Não sabias tu de mim
Nem que seu canto eu amava
Mesmo assim por natureza
Seu doce canto entoava...
Tão pequenino sabiá
Lá nos confins do meu sertão
Entre aos galhos se escondia
Buscando a inspiração
Para no final do dia
Novamente vir cantar
Para o sol que adormecia
E o meu coração alegrar...
Contigo aprendi a ser poeta
Decifrando a sua canção
Quando deixei seu canto
Ser a minha inspiração
Pude ler sua poesia
E sentir a sua dor
Nas notas que entoavam
Saudades do seu amor...
A vida porém nos separou
Rasgando o meu coração
Fui embora para bem distante
Você ficou no sertão
Deixei lá a felicidade
E toda a minha inspiração
Sem o teu canto aqui
Tudo é triste, é solidão...