SONHOS CONFUSOS E DOCES
Sonhava, meu amor,
Um sonho desses verdadeiros
Que se lembra depois o dia inteiro...
Que se sofre por ele alguma dor...
Em meus sonhos, a noite era linda,
O teu abraço de ternura, mais ainda,
E a poesia era vivida por nós dois...
Eu falava das cousas que eu sentia
E ouvia de redor outra poesia:
“Quem sois vós aqui em nosso abrigo?
Digais de onde viestes e quem sois!”
Talvez eram animais que ali diziam...
Eram duendes talvez... Outra alquimia
Da tênue natureza em que eu estava.
E em teus braços doces eu deitava:
Falava de amor...
Nem os animais que ali moravam,
Nem o riacho que por nós passava,
Nem o cipreste e a flor;
Deixavam de nos ver com o olhar silente,
E seguiam depois tristes, dolentes,
Fingindo sentir dor.