Clausura
Libertei minha palavra,
joguei-a na madrugada
pra bem longe de mim.
Deixei-a no guardanapo,
no saco de pão dormido
que encontrei no jardim.
De tanto perambular,
a pobre veio a chorar
pedindo para voltar
pra bem junto de mim,
e disse num tom jocoso,
assim bem lamentoso,
se não te pertenço mais
por que teu gosto voraz
perdura dentro de mim?