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Luciana Carrero
O poema da maçã mordida
É a fantástica armadilha
Em tempos de apocalipse
Onde o aplicativo é vantagem
Para quem quer ser mordido
Como a maçã enfeitiçada
Como a maçã em pequenas mordidas
A cidade com todos ligados
Come as maçãs que caem na rede
O lago que vejo na vertical
São os monitores vidrados
Dos olhos deste gentio carente
Mordendo a tudo que vê
Minha placa-mãe, minha cidade
Estupidamente complexa
Para nenhum leigo entender
Mas para qualquer leigo comer
E todos têm o poder estendido
Daqui ao Japão, a um pulo
Num toque de dedo e teclado
Esta é a maçã que me retém
No paraiso de todas as loucuras
Do maior universo possível
Na rede... na rede de um sonho
Que não entendo, nem o quero,
A que redil me leva, em luzes
E trevas...durmo comendo a vida
O smartphone morde a maçã
Que Stive Jobs criou
E eu como o smartphone
Que Stive Jobs criou
Que Stive Job
Que Stive Jo
Que Stive J
Que Stive
Que stive a comer o filme
Do Stive que mudou o mundo
E... do mundo se mudou