Negrume

Quarto escuro

Me vejo em um breu

O qual não enxergo nem um palmo à frente

Esse negrito, acromático de realidade

Me tira a direção...

Absorvo todo frio e tristeza dessa ausência de luz

Me causa misantropia...

Abstenho de tudo e começo a fazer morada em um quarto escuro...

Essas quatro paredes pálidas

Sem cor alguma

Agrega ainda mais o escurecer de minha alma

Enjaulado em um precipício de desesperanças

Me afugento na irrealidade das trevas

A repugnância da luz jaz aqui

Me transmuto a vampiro

Que me alimento do negror da vida

Me torno sombrio por completo e com uma dose altíssima de pusilanimidade...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 21/06/2017
Reeditado em 12/09/2017
Código do texto: T6033382
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