Negrume
Quarto escuro
Me vejo em um breu
O qual não enxergo nem um palmo à frente
Esse negrito, acromático de realidade
Me tira a direção...
Absorvo todo frio e tristeza dessa ausência de luz
Me causa misantropia...
Abstenho de tudo e começo a fazer morada em um quarto escuro...
Essas quatro paredes pálidas
Sem cor alguma
Agrega ainda mais o escurecer de minha alma
Enjaulado em um precipício de desesperanças
Me afugento na irrealidade das trevas
A repugnância da luz jaz aqui
Me transmuto a vampiro
Que me alimento do negror da vida
Me torno sombrio por completo e com uma dose altíssima de pusilanimidade...