Vidraçaria
Toda a janela enorme que vejo tristemente
é um pedaço de chão transparente:
quem são, além-vidros,
Poderão sentir o sabor do musgo?
Poderão ver as manchas do vidro?
que alguma mão deixou, escorregadia,
ou como para forçá-lo:
manchas, como nuvens, formando desenhos,
modificando a teoria da retina.
Ainda morro! Se eu vejo
tudo isso e não vejo nada...
Como posso andar entre a gente (e cumprimentá-los... cumprimentá-los!)
Como posso ver alguém como alguém que é (somente)?
Ainda morro! Ainda os vidros não serão mais vidros:
Ainda o musgo cobrirá as paredes, escorregadias,
E toda a gente que passa gritará:
Adeus, ó, Esteves!