Meu corpo virou concreto

Às vezes, meus olhos parecem duas bolas de fogo saltando no espaço
do oco do meu cérebro onde há apenas cansaço.

Corro de um lado a outro por ruas sem saída e becos de vielas,
não há espaço nessa cidade que abarque a deformidade
do meu gingatismo. 

Minhas mãos estão feridas no asfalto quente do meio-dia,
as dores parecem um pouco com a incandescência
de lava
de vulcão.

O olho do sol no meio da tarde no céu é a boca do inferno.

Eu choro lágrimas sem liquidez,
todo meu corpo virou concreto. 
Larissa Prado
Enviado por Larissa Prado em 19/06/2017
Código do texto: T6031845
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