Meu corpo virou concreto
Às vezes, meus olhos parecem duas bolas de fogo saltando no espaço
do oco do meu cérebro onde há apenas cansaço.
Corro de um lado a outro por ruas sem saída e becos de vielas,
não há espaço nessa cidade que abarque a deformidade
do meu gingatismo.
Minhas mãos estão feridas no asfalto quente do meio-dia,
as dores parecem um pouco com a incandescência
de lava
de vulcão.
O olho do sol no meio da tarde no céu é a boca do inferno.
Eu choro lágrimas sem liquidez,
todo meu corpo virou concreto.