Madrugada

Não quero escrever,

Meu coração não quer falar.

Madrugada a dentro, só meditar!

Compassadamente a respirar!

Não quero chorar,

Doces tristezas e grandes proezas,

Fazem o meu deleitar...

Distraem o meu pensar!

Não quero dormir,

Insanos monstros percorrem meu quarto...

Bruxos soltas, ecos vazios, a transparecer...

Sozinha, sem medo, vou me render...

Não posso acordar,

A pálida e silente noite...

Faz pausa aos meus sentimentos...

Desvenda os meus pensamentos!

Sei que vou acordar,

De manhã, nesta cama, sozinha...

Perdida, inventando poesia...

Vida, realidade, magia... melancolia!

É o etéreo madrugar!