OS LÁBIOS PRETOS DA AURORA
.
A beira do mar, caminho mar à dentro
Mas não para tão profundo, quanto os meus sentimentos
Embora sem neblina e sem orvalho, repousam nos meus pés as ondas do mar,
Na noite de lua cheia.
.
Entrego-me à penumbra
Até que me pereça a sombra,
Até que seja, eu (corpo, cigarro e alma),
Sentado(s) ao pé da lua,
doce companheira,
trocamos gargalhadas e sorrisos,
Fumamos dos mesmo tormentos,
E a aspiração das nossas ângustias nos inspira a formar nuvens,
Emprestamos os nossos olhos e chuvemos em silêncio sem gritar mamã!
.
.
Adilson Sozinho