Agora

Abra seus olhos

para aquilo que pode doer,

queimar, sangrar,

te partir ao meio

e, ainda assim,

te deter levemente no ar.

Há tanta vida nos sentidos

e você não vê.

Fica aí sentado no vazio

de sua sala sobrevivente.

É certo que, desse jeito,

nada te machucará.

O que realmente provoca

teus sentidos?

O que te faz sair desse torpor

que me assusta?

Maravilhosas são as sacudidas

que fazem o coração disparar.

Abra, meu bem, seus olhos!

Pois a existência é a eternidade,

o infinito, etéreo desejo,

no breve momento de estar.