Mendigando Amor
Uma palavra de afeto,
Acalentaria a alma solitária.
Sofrida, abandonada, extenuada,
Uma simples mostra de afeto...
A acariciar o coração amargurado,
Roto, maltrapilho, desfigurado...
A busca incansável de uma atenção, um sorriso sequer ...
Em um mundo onde simplesmente “não se tem tempo” !
Mundo que tornou as pessoas frias, egoístas e omissas,
Atribuindo o valor de uma Vida, o “ignorar ao próximo”.
Uma palavra amiga,
Salvaria um ser em desesperança.
A ausência do último motivo de viver,
Uma simples mostra de afeto ...
A encorajar a alma já desistente,
Da existência, e a mendigar AMOR ...
A procura utópica do motivo da inversão dos valores ...
Os “materiais” a ofuscar, a esconder os “imateriais” !
Numa escala incoerente, na qual o Ter é mais que o Ser,
Contrariando a natureza humana da troca, dar e receber.
Uma palavra sincera,
Faria um afago, uma carícia.
Em alguém perdido, confuso, inerte,
Uma simples mostra de afeto ...
A orientar um semelhante descrente,
No regresso de “pedinte” para “doador” ...
E o encontro decepcionante de uma realidade cruel ...
Irreversível e evolutiva, criada pela própria humanidade !
Rumo a um futuro cada vez mais obscuro, a por em risco,
O mais notável atributo do ser humano, amar uns aos outros.
Uma palavra apenas,
Uma simples mostra de afeto ...
São poderes capazes de mudar isso !
Pois mendigar AMOR, é a mais profunda degradação humana ...
Por Alexandre Boechat