TELA DA JANELA

Da tela da minha janela...

eu vejo o tempo com suas ondas

como se fosse, cortejo de banda

tocando horas minutos e momentos,

ou... como se fosse um jogo de dama

com tabuleiro todo demarcado

onde nos somos as pedras prontas para

sermos manipuladas.

Todavia sendo roladas, p'ra lá e p'ra cá,

sem tomar tento da partida

nem o ponto onde chegar.

Da tela da minha janela...

Eu vejo o sol todo em pedacinhos

demarcado pelo arame do mundo

envolvido nas telhas dos sentimentos...

Eu vejo a tabuleiro sendo manipulado

pelas feras do poder, onde elas

é que fazem as cartas e as regras...

Elas é que coloca-as cartas sobre a mesa.

Vejo os pequenos tentando sobressair

das garras de um esquema posto

sobre eles mesmo no qual eles são

apenas a peça do tabuleiro e como tais...

são jogados para lá e para cá...

Feitos de bobos, por todo tempo,

pelo tempo todo.

Da tela da minha janela...

Eu vejo as ruas e as calçadas

os passos, passadas e passarinhos

eu vejo o tempo demarcado pela tela

e a minha saudade toda em pedacinho.

Antonio Montes

Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 13/06/2017
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