vagamento
os dedos não sabem
das palavras que os motivam
nem da ideia, nem dos anos
que se cristalizaram nas fibras do coração
luzes e postes se juntam, esparram
sementes pelos ares, tao belo o campo
alumiado, a criança que corre, o vento varrendo
a relva noturna, pisamos lento e cuidadoso nos
pedregulhos dos anos, espaço e tempo como
alçapão da verdade, janelas que revela apenas
mais escuros, portas que não levam a nenhum
lugar, nada, nada não! diria a resposta a pergunta
o que soube, o que viu, que rara beleza coletou?
nada não, sal e fermento, cantiga morna nas galerias
do tormento, vento frio, teu nome, teus olhos falando
do teu cansaço, e minha briga pra ser bom, pra ser amado,
minha briga pra ser luz, ser, diferente de retalho