A UM NARCISO
Estás mesmo perdido, tu, que nada buscas?
(Yves Bonnefoy)
Posar, que a lente espera
o seu sorriso,
por expediente ou tique
– é cedo, ainda, e ao medo
apraz vir travestido e pelo visto
o dia nem pressente
o cinza por sentença no imprevisto.
Convém calar do que o constrange
ou faz tremer a imagem sem retoque
oferecida ao outro,
o semelhante,
o anônimo à procura de vazios.
A quem, desavisado,
o tenha por perdido, o inconveniente
espelho a liquidar indiscrições
sugere o que traduz
por desespero que se afaga
à falta duma noite imprevisível,
e do silêncio de asfixias
dalgum porvir doutros Narcisos.
.
Estás mesmo perdido, tu, que nada buscas?
(Yves Bonnefoy)
Posar, que a lente espera
o seu sorriso,
por expediente ou tique
– é cedo, ainda, e ao medo
apraz vir travestido e pelo visto
o dia nem pressente
o cinza por sentença no imprevisto.
Convém calar do que o constrange
ou faz tremer a imagem sem retoque
oferecida ao outro,
o semelhante,
o anônimo à procura de vazios.
A quem, desavisado,
o tenha por perdido, o inconveniente
espelho a liquidar indiscrições
sugere o que traduz
por desespero que se afaga
à falta duma noite imprevisível,
e do silêncio de asfixias
dalgum porvir doutros Narcisos.
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