P-artes-de-mim
Eu muito já entristeci com tudo
já cansei de entristecer o mundo,
desisti de amar de verdade e
aprendi que amor não é só afinidade.
E muito já me envolvi e distanciei.
Tudo que vivi, pouco vivenciei.
Já olhei pra Lua em um dia molhado
e agradeci apenas por estar ao seu lado.
E em pouco tempo eu conheci alguém
como jamais conhecera ninguém
E eu aprendi que nem sempre é preciso
de anos e décadas para estar no paraíso.
Bem sozinho eu estive sempre caminhando,
mas precisei me doar pra continuar amando.
Precisei da alegria pra entristecer
e eu precisei da sombra pra me enaltecer.
E foi necessário cada corte, e cada dor,
e precisei só de um sorriso pra me recompor.
E de pílulas pra deixar minh'alma sozinha,
mas precisei só afastar sua tristeza pra esquecer a minha.
Eu precisei das amizades e dos romances,
precisei das confusões mentais e dos meus "lances",
e eu precisei tanto das brigas e das traições
e agora eu sou tudo isso, é tudo o que me compõe.
Eu sou cada olhar claro, sim, como fui cada lágrima,
e cada menino, e cada beijo, cada página
de poemas bobos que eu nem quis escrever ou pensar,
e também daquele que tive tanto medo de mostrar.
E cada Letra e palavra e amor e paixão
cada grito, oração, cada não, depressão.
E você e todos os outros e a morte e a arte
e o encontro, e o abandono: tudo isso faz parte.
Tudo isso me destrói, e reconstrói
faz uma bagunça: é bom e é ruim.
Isso me levanta, e às vezes dói
Paralisa o coração, traz o fim
mas tudo isso o que destrói, reconstrói...
Tudo isso - e você - fazem parte de mim.