UM ABRAÇO
Já não tenho aquele ímpeto antigo nem o desdém juvenil
De achar tudo tão sem graça quanto minha própria sombra
Sou feito de uma substância impura e viciante
Sou claro na minha escuridão e vazio como o espaço entre as estrelas
Nada ficou entre mim e aquela sombra na parede, a sem definição nem origem...
Os dias passam e ficam algumas pequenas marcas pelo chão, uns poucos resquícios de uma matéria morta escorregadia
Quando me perguntam algo já não articulo uma frase, só gesticulo em resposta...
Quando sou questionado sobre o sentido de tudo só dou um abraço.