Decepção

Neila Costa

Meu querido Brasil,

sinto-te entregue às favas,

posto que vejo, a cada dia,

do teu útero, emergirem larvas,

que se rastejam pelo solo...

e não se vão... às favas!

Daí, choro-te,

diante dessa orquestrada trama...

Filhos que nasceram e vivem no teu chão,

que usam e abusam de seus direitos,

mas que te faltam com respeito,

e por ti não têm consideração.

Meu querido Brasil,

vejo-te tão desnorteado

com a realidade do momento,

vivendo nauseado,

diante de tanta corrupção.

Também, pudera! Não há nação

que aguente tamanho enredo!

Brasil, minha terra prometida,

ainda que hoje subordinado

a uma classe de insensíveis e desalmados,

sem ética e sem moral,

não te deixarei,

mesmo sem luz e sem norte

para a necessária solução.

E se acaso quiseres chorar,

assim como agora eu estou a soluçar

sobre teu gentil e amado chão,

- solo que tantos frutos me deu -

soframos juntos! Dá-me tua mão,

para unidos amargarmos

essa imensurável decepção.

Neila Costa
Enviado por Neila Costa em 10/06/2017
Código do texto: T6023634
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