MÉRICA! MÉRICA! MÉRICA!
MÉRICA! MÉRICA! MÉRICA!
Ai de ti
América meridional, católica
Que adoras um Cristo morto;
Que espalhas as tuas cruzes
Pelos templos e catedrais
Como símbolos da tua própria morte...
Ai de ti
Continente de negros e índios,
Que deixaste te dominar
Por juízes brancos e racistas;
Pobres que adoram a pobreza cultural
E se contentam com arroz e língua....
Ai de ti
Povo analfabeto funcional
Que deixas abertas as tuas janelas
Para que as tuas filhas e teus filhos
Sejam contaminados por músicas
Novelas e filmes destruidores da educação...
Ai de ti
Trabalhador esquecido,
Que afrontas quem te protege
E defendes a honra de um governo
Que ataca os teus direitos à luz do dia,
Como se fossem gafanhotos africanos...
Ai de ti!
A quem terás entregue a tua sorte,
No dia em que a fome bater em tua porta?
No dia em que teu filho perguntar:
“Pai, porque não expulsaste o ladrão,
E nos deixaste ser saqueados?”
Carlinhos Matogrosso