Qualquer um pode
Qualquer um pode chegar
ao ponto de cometer qualquer besteira caprichada,
vestida de motivos lógicos e concretos,
justificáveis...
Talvez, e talvez
Por isso o perdão seja uma dívida,
Vestida de dádiva,
com o peso e a densidade de um dúvida,
dependendo de quem se perdoa ou por quem nos deixamos perdoar.
Qualquer um pode chegar ao ponto de cometer qualquer besteira caprichada,
Um suicídio por intoxicação excessiva de monóxido de carbono,
Um tiro à luz do dia, à queima roupa, disparado num desconhecido,
Por um motivo fútil.
Qualquer um pode chegar ao ponto de cometer qualquer besteira,
usando álcool, drogas
usando subterfúgios como orfandade, surras, castigos
traumas, muros internos e suas divisões e guerras inconciliáveis
com suas necessidades afetivas.
Mas, talvez, talvez e talvez
Qualquer um possa chegar ao ponto de pedir perdão
sem olhar a quem,
sem perguntar-se o porquê
de rir sozinho sem precisar de grandes motivos.
De inventar a chuva, e o sol,
e cair na real de que a vida
é só ficção,
ou você descreve o sol do mesmo jeito que eu?