Qualquer um pode

Qualquer um pode chegar

ao ponto de cometer qualquer besteira caprichada,

vestida de motivos lógicos e concretos,

justificáveis...

Talvez, e talvez

Por isso o perdão seja uma dívida,

Vestida de dádiva,

com o peso e a densidade de um dúvida,

dependendo de quem se perdoa ou por quem nos deixamos perdoar.

Qualquer um pode chegar ao ponto de cometer qualquer besteira caprichada,

Um suicídio por intoxicação excessiva de monóxido de carbono,

Um tiro à luz do dia, à queima roupa, disparado num desconhecido,

Por um motivo fútil.

Qualquer um pode chegar ao ponto de cometer qualquer besteira,

usando álcool, drogas

usando subterfúgios como orfandade, surras, castigos

traumas, muros internos e suas divisões e guerras inconciliáveis

com suas necessidades afetivas.

Mas, talvez, talvez e talvez

Qualquer um possa chegar ao ponto de pedir perdão

sem olhar a quem,

sem perguntar-se o porquê

de rir sozinho sem precisar de grandes motivos.

De inventar a chuva, e o sol,

e cair na real de que a vida

é só ficção,

ou você descreve o sol do mesmo jeito que eu?

R A Ribeiro
Enviado por R A Ribeiro em 09/06/2017
Reeditado em 09/06/2017
Código do texto: T6022912
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