SAUDADE DO CABÔCO...
Oxente, seu mininu?
Tu arreparasse que a lua
quando assunta lá no céu
é purque vois-mecê apareceu?
Teus zoinho incatitado,
qual um pingo de café,
ispiava a minina que vivia pra amá ôce?
Cabôco danado!
Gosta de buli em quem ta queto!
Qui não assussega inté me deixa daquele jeito...
Cadê tu?
Que não entoa as cantigas
que um dia um sabiá inspirou?
Fosse pro Rio,
não o rio da minha bela Ipojuca,
foste bem mais longe...
Esse rio tem mar, tem sol,
tem inté caboca bunita
que embeleza teu cantá...
Tu sisqueceu de mim...
Não se alembra da minina de trança e
vestido de chita que enfeitava teu caminho a cantar?...
Vorta, mai vorta mesmo,
a caboca menina ficou com a lua,
a saudade... os zoinho raso d´’agua e
o fiinho que ocê gerou...
Carmen Dávila (Marina*****)
Olinda/PE 19/02/2007