O poeta contemporâneo

Muita coisa mudou, evoluiu

A tecnologia ajuda o poeta

Que escreve no smartphone

Quase um computador de mão

Guarda ideias e esboços facilmente

Digitadas, em áudio e até filmadas

A tecnologia ajuda, é verdade

Mas o corre-corre desse mundo

Diminuí o tempo para escrever

As montanhas de armaduras

De ferro, cimento, tijolos e asfalto

Diminui o verde e a inspiração

A violência diminui possibilidades

De olhar, contemplar, apreciar

Para degustar o mundo em volta

O trânsito caótico mina a paciência

Faz com a memória uma violência

Dá ao dia-a-dia, o amargo do fel

A tecnologia ajuda, é verdade

A linguagem é mais compreensível

Mais popular, muito mais acessível

Mas, de Camões a Braulio Bessa

Ainda é a criatividade que diferencia

O poeta, a poesia, a arte, o artista

A criatividade induz a inovação

Cria, renova, inova, melhora, muda

Bagunça as ideias, mas dá o norte

É a matéria prima básica da arte

Tecnologia imune ao obsoletismo

Da pedra lascada ao teletransporte.

(07/06/2017)