O POETA E O MAESTRO
Ao meu estimado irmão e maestro,
João Evaristo da Silveira Júnior
Veja quanta contradição
há entre nós, meu irmão.
Você um grande maestro.
Eu um poeta modesto.
Você rodeado por amigos.
Eu na solidão esquecido.
Seu trabalho por milhares é ouvido,
enquanto o meu, no silêncio é lido.
Você faz vibrar corações,
enquanto vou tecendo ilusões,
pra não morrer de frustrações.
Contudo, somos duas partes,
que se irmana até mesmo na arte.
Uma na música, outra na letra.
Enquanto você vai regendo,
entre outros, clarins e clarinetas.
Solitário, vou escrevendo,
versos frios, com minha caneta.
Pois o maestro tem bons amigos
que acreditam não encontrar,
uma obra tão bem acabada.
Enquanto só, penso comigo,
se alguém chegará a gostar,
das minhas páginas rabiscadas.
Nova Serrana (MG), 12 de setembro de 2007.