A saudade reside no caos

Nunca inícios de inverno foram tão belos,

e nunca inícios de inverno foram tão distantes.

Nese momento,

melancolia é saudade

e saudade é aquela que derruba pedras

ao buscar aquilo que lhe falta,

ao encontrar a tão esperada paz

tudo se põe em seu devido lugar,

organização periodicamente aleatória

pode ser um dia ou um mês.

Abstrações físicas não se comunicam,

e o destino incompreendido sorri de nosso desespero,

vendo mundos se desconstruírem com tal facilidade,

vendo o caos tomar conta mais uma vez

do que estava certo como pilares dóricos.

Tu não és poesia parnasiana,

és o próprio Monte Parnaso,

em tu reside o próprio Apolo

a cantar suas profecias,

vezes tristes

vezes belas

vezes ambas.

O mundo é cruel

vai nos machucar diversas vezes,

mas o que estaria o amor a fazer

se não construir castelos eternos donde antes só haviam pedras?

Para ser então desmanchado pela tempestade distante.

O Destino sorri,

pois sabe que os castelos vão sempre tornar a existir.