Refem
Vozes ecoam aqui sempre
O passado não emudece
Sou refém do medo pretérito dos dias
Nenhum remédio alivia
A cabeça matematicamente se contrai em indecisões
Tudo que eu preciso
Precisa ser expresso
A locomotiva e lenta
E carregada de vagões
A essa velocidade nada e passageiro
E vivo de extremos e milagres
Mas como se não há fé
Nem mesmo sou movido de esperanças
Não há água aqui só breu
Escuro e o fundo do poço que de brinde a vida me deu
Consolo de escolhas equivocadas
Resulta em noites mal dormidas
Silêncio
Solidão
Não gritos apavorantes de socorro
E vozes que ainda ecoam do passado
Frustração
Delinquência
Furtador dos próprios sonhos
Labirintos sem saída
Equação mal resolvida
Que de uma história nada conta
Nem autor
Nem protagonista
Nem espectador
Lamento
Talvez assim seja
E ainda quem me dera se minha noite acabe num
Gelado copo de cerveja Marcelo Reis