Esperança
A noite que invade a minha janela
não é a noite onde a vida começa
não é a sombra que silencia o dia
não é o noturno dos apaixonados
nem a escuridão dos olhos cegos
É um vazio soturno que desespera,
que me transborda do corpo,
descortina a alma cerrada
e lacera o que dela resta
Uma melancolia pousada
aguardando tragicamente
o derradeiro punhal.
A noite que invade a minha janela
é a noite onde a vida termina.
Mas o sol nasce todas as manhãs,
então:
todas as noites
eu cuspo a cicuta
e sigo