Fotografia © Ana Ferreira
DEIXO-ME LEVAR
Suavemente,
sopra-me o vento,
como se eu fosse
a vela leve de um navio.
Deixo-me levar,
não sinto medo nem frio,
em algum porto
hei de atracar.
Mansamente,
afaga-me o vento,
apenas me deixo embalar.
Nada possuo mapas,
não tenho um plano de viagem,
apenas quero chegar
à outra margem.
Languidamente,
leva-me o vento,
apenas me deixo ir.
De rosa dos ventos não preciso,
sei apenas desta rosa, esta
que o vento
acaricia ternamente.
Ana Flor do Lácio