Fotografia © Ana Ferreira




DEIXO-ME LEVAR

Suavemente, 

sopra-me o vento,
como se eu fosse 
a vela leve de um navio.
Deixo-me levar,
não sinto medo nem frio,
em algum porto
hei de atracar.
 
Mansamente,
afaga-me o vento,

apenas me deixo embalar.
Nada possuo mapas,
não tenho um plano de viagem,
apenas quero chegar
à outra margem.
 
Languidamente,
leva-me o vento,

apenas me deixo ir.
De rosa dos ventos não preciso,
sei apenas desta rosa, esta
que o vento
acaricia ternamente.

 
Ana Flor do Lácio


 
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 06/06/2017
Reeditado em 06/06/2017
Código do texto: T6020381
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