CIDADE DA TECNOLOGIA
helicópteros irrompem
rompem e rastreiam o ar
das nuvem a visão interrompem
com seus círculos de barulho
que as céus corrompem
ambulâncias e viaturas
de insilentes e insolentes sons
multidões de automóveis
carregando multidões
cheias de interesses de cada um
cada um sendo cada um
todos cheios de vaidosas razões
incontentes com seus lugares
ruas repletas de incompletas gentes
com suas supostas tarefas urgentes
praças vegetam com sua rasteira vegetação
carros de megapotentes sons propagam tons
cheios de interesses que deveriam ser privados
ruídos doídos nos ouvidos democratizam
dores do mundo que habitam
o translugar onde moram e morejam
nossos eternamente provisórios corpos
são elos sem outros elos de pessoas indiscretas
que em tudo mandam comandam desmandam
demandam...
mas existem outras pessoas
tais como são os poetas e sem tetos
de tão magros quase retos
de tão tortos quase mortos
pessoas que caminham surdas mudas
pois que ninguém as dizem ou as ouvem
ocupando seu impróprio pouco lugar no mundo
números e inúmeros em "tempo eterno"
entre vagando vagabundeando vadeando
deambulando perambulando
e sós somente sonh
ando
eu só ando!
sem ser maladrando
passando a bola
ou a um não adversário
driblando
ando
fingindo ser feliz
mas só andarilho
com mais dentes
que uma espiga de milho
é triste
tentar rimar poesia
com tecnologia...
quando dentro da técnica
há melancolia e agonia