Renúncia...

Sou político do auto-escalão.

Insuportável ler manchetes da mídia.

Comparando meus colegas com a quadrilha.

Quadrilha de Ali-babá e os quarenta ladrões.

Conquistei meu posto através do voto.

Honrarei essa confiança com trabalho para toda a nação.

Mas com tanta manchete, sempre penso em fazer as malas.

Viajar de trem e parar em outra estação.

Meus projetos são barrados e os deles não.

Ganhei o voto de toda população.

Mas no poder não consigo não.

O jeito é voltar para o sertão.

Dias deste, o servente bateu em meu gabinete.

Trazia na mão minha carteira perdida.

Para meu espanto além dos documentos nem no dinheiro havia mexido.

Coloquei em suas mãos uma gorda recompensa.

Ele devolveu, e disse; num quero não.

Não fiz mais que a obrigação, doutor.

Fiquei tocado pelo gesto.

E a partir de hoje num arredo pé do congresso.