Haver
Haver
Há uma verdade saudável
na íntima loucura
Algo agradável
que me permite a sinceridade
antes de tudo
Adiantado
Atrasado,
que os puritanos se tratem
diante de suas mentiras
As lhes atribuídas
Há verdade somente
onde se calam
hipocrisias natas,
sem fantasias
ou elas imbuídas
de satisfações gratuitas
Há uma verdade não vista
por aqueles que querem
altruísmo,
mimo
e tiração de onda
Há quem não converse,
não responda
Porque o mínimo
vai se pondo
entre aspas,
delírios e pontos
Entre prognósticos que
se afundam em lama
Que versejem o abjeto,
a torpeza, o vil
Que satisfaçam o cálice
onde se bebe a desgraça
por si
Que se faça mil
a imperfeição,
pois sobre a imoralidade
nunca se viu
Há quem esquece
Há quem só se aborrece
à toa
Há a nobre pessoa
e os súditos da Coroa
Há os que procuram,
os que se afastam
Os temerários de gente boa
Há os que ninguém entende nada,
os que não se criam,
os que morreram bruxas e fadas.
por Paulo Frias