A vida se esvai!
Assim é a vida,
Ou curta, ou comprida
Prá ter a comida
Há sempre tocaia,
Também há cobaia
Alimentando a cadeia.
. . .
É igual numa teia
Em que a mosca caiu.
A aranha assanhada
Engoliu a coitada
E ninguém mais a viu.
. . .
E o sapo ao lado,
Com um olho fechado
E outro estalado
Deu uma baita linguada
Na aranha danada
E a aranha sumiu.
. . .
A cobra manobra
O sapo pro lado,
Que pula coaxa
Se abaixa, se dobra.
A cobra pulula
E sapo se anima,
Se torce e retorce
E cobra domina.
Engolindo-o por fim.
. . .
O gavião viu a cobra,
Fez uma manobra,
Desceu tão veloz
E num ato algoz,
Com garras afiadas,
Agarrou a coitada,
Foi bem abrangente.
Comeu todos quentes.
A cobra enfastiada,
Também a sapada
E a mosca atordoada
Que caiu na cilada.