Batuque de sentido.
Quando samba vem suar a camisa,
Deixe evaporar, esse cheiro de brisa ,
Em compassos se encontrar.
Vir botar a mão ao peito,
Fazer do chão leito
Aos clamores do indignar
Vir desmanchar toda saudade
Num sorriso de verdade
E assim cantar.
Ó samba meu, que da ao toque,
Não se vende nem há estoque
Para a sua vastidão,
Vem! espalma essa vida,
Prometida e sofrida
Pois não conhece resignação.
Vem , sambe aqui do meu lado,
Não tenho dinheiro , nem sou letrado,
Mas vida tenho de montão
Então , vejo a vida tão serena
Nas pernas das morenas
Exaltando um pulsar,
De um coração tão aberto,
Quase um poema reto
Que o poeta veio jorrar.
Olha , só o brilho da cidade ,
Não tem nem a metade
Dessa nossa iluminação,
Mesmo que não me tenham respeito,
Sei que Sambo direito
Ainda sou cidadão .
E rio para essa promiscuidade ,
Pois acham que vontade
É viver sem paixão.