Imagens
Na rocha anciã onde a mãe nasceu
Formavam-se imagens a se decifrar
Havia uma moça de batom carmim
E um rosto redondo atento a olhar
Ao lado a mulher em pé recostada
E à sua direita alguém a orar
Fazendo ioga, servindo de apoio
Ao menino de branco com terno de linho
Os meus olhos viam, seguiam sonhando,
Criando estórias de um tempo do não ser
Bem ali cantavam saudando felizes
Tantos passarinhos, mestres e aprendizes.
Eu sempre pensando o que não vivi
Que o meu coração precisava sentir.
Na rocha anciã, figuras já não há
Pois que o mato adulto escondeu o mistério
Na minha lembrança elas vão ficar
Guardadas pra sempre no poema etéreo.