FOLHAS SECAS
Como folhas,
todos nós algum dia,
haveremos de murchar,
se deixarmos ser levados,
por nosso egoísmo,
como folhas secas pelo vento.
Não haverá ninguém sobre a terra,
para recuperar-se ou hidratar-se.
Pois enquanto escondermos,
nossas faces diante dos erros
e nos deixarmos ser levados por eles,
nós seremos sempre restos,
de uma ramagem seca e retorcida,
a qual, até mesmo nossas próprias cinzas,
adquiriram o formato tortuoso,
de nossos incansáveis erros.
Precisamos nos moldar sempre,
sem nos irritarmos excessivamente.
Para que não caiamos na solidão,
no abandono e no amargo esquecimento.
Se resgatarmos o amor ao próximo,
para as profundezas de nosso interior,
este sim fará fundir como a cera,
todo nosso orgulho,
todas as nossas indiferenças.
E assim como a chama
faz evaporar a água,
veremos todo o mal,
extraído de nós,
devolvendo-nos a paz e a felicidade,
para que não venhamos a ser,
folhas secas ao vento.
Nova Serrana (MG), 30 de março de 2005.