Cerceada liberdade
Quem por belos caminhos invisíveis passa e consegue vê, reconhece neles a magia de um amor sem corpo, sem alma, onde cada árvore, cada flor, cada pedra que se estende paisagem à dentro, sente, o que se passa num coração que de admirar o mundo, nunca se cansou. Caminho do tempo, magia, onde tudo acontece sem acontecer, onde tudo o que há ganha importância, clareia e volta a escurecer. Tantos passam, sem notar a ternura da terra que se dá, enfeitando o chão que pisamos, que anima o nosso dia ou noite quando recebemos em meio a escuridão de nossos pensamentos, a claridade, para que acordemos à felicidade. Uma simples rosa lançada ao vento, ontem atravessou por um segundo, uma réstia, sem perceber o que o instante em sua leveza e beleza, escondia. Mal sabia ela, o que sua breve imagem deixou. Presa no olhar o brilho suave, dando a alma uma infinda alegria mesmo que triste, ficou. Então... Uma noite dessas, com o esplendor da lua me encandeei, mudei-me então para o brilho fúlgido da estrela, foi quando me reencontrei, numa liberdade cerceada de mesmo amando sem limites, enxergando e amando defeitos, a vida me abrindo os seus braços, cheia de amor, deu-me um amor que se perdeu na distância que existe entre a brisa e um rosto, que fugiu e calou dentro do meu peito. Amor que de dia, se põe num canto fechado, deixando no olhar, um tempo morto que de quando em vez, ilumina-se no reflexo da réstia de um mesmo sol, por entre as folhagens lá fora, réstia que vê caindo flores apressadas, que, vão por entrecortada luz, com as pétalas que vão ao chão e tropeçam na insensibilidade humana, a qual não me rendo, não me entrego, continuo deixando com as flores, a aveludada sensação em meus ouvidos, de uma voz na distância do fim do mundo, que aponta o caminho do amor que venceu o tempo, venceu a dor, que esvaneceu sem reciprocidade, mais que se eterniza à revelia, na simples flor que cai e enfeita as ruas de qualquer cidade.