O Trovão
E então veio um trovão
Rompendo o silêncio de minha mente
Anunciando a morte alheia
Que agora, em algum mundo incendeia.
A alma - ou espírito, não importa -
Ainda vagando perdido na terra
Sem saber pra onde ir
Na dúvida entre descer ou subir.
Sinto a morte alheia muito próxima
E alguém me anuncia
Sinto, sim, posso dizer
O trovão me denuncia.
Nada temo neste caso, afinal
O trovão já não me apavora
A chuva sim, me amedronta
Nela sinto a "minha hora".
Mas a chuva, o trovão, tudo
Eu sei, tudo está do meu lado
Somente em meu leito fatal
Tudo, enfim, ficará claro.
Enquanto este dia não chega
Eu não posso ir embora
E o trovão me anuncia
A morte alheia a toda hora.