Livrai-me do bulício do mundo

Livrai-me do bulício do mundo,

Desse desmantelo e estiolamento.

Eu consigo sentir, bem no fundo,

As garras ágeis do nosso tempo.

Façai-me, inteiro, luziluzir

E sossegar esse meu peito arfante.

Eu, de viver, quase desisti -

É deveras tóxico e asfixiante...

Nas palavras, busco a que me eleve:

Purificação e transcendência...

Os meus poemas são quase uma prece -

Salvai minha tão breve existência!

Marcio Evair

Eneassílabo (nove sílabas métricas)