Sensações
Como a brisa desse sol de inverno,
Você me anoitece,
Tece os fios dos meus cabelos,
E há caracóis,
Teus caracóis,
São a cara mais linda que vejo,
E vejo-me,
No espelho dos olhos​ teus...
Não são palavras,
Não são...
São metáforas caiporas,
Defendendo a floresta da minha alma...
Como uma música,
Comendo os cantos de uma solidão,
Uma porque há várias em mim,
E se existir plural para a solidão,
Admita,
Ainda é singular...
Gularmente como ferros,
Fiando o próprio ferro,
Feito versículos que são versos sagrados...
Enterro o pensar fúnebre,
Nos buracos não tapados,
Vivo girafas,
Nos leões desjaulados...
E ainda defendo que as palavras são minhas,
Rainhas sem coroa,
Flores sem jardim,
Soltas pelo ar da chuva...
Que são uvas comendo raposas
Beijando flores que pousam...
E finais sem fim...